»

WebTV Coisas De Negro live

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mundé Qultural na Black Soul Samba


O batuque de Icoaraci


Sexta-Feira, 07/10/2011, 03:47:32

Existe o pau e corda, mas também existe a guitarra. Existe o carimbó, mas também tem o retumbão, o samba-de-cacete, o semambê, lundu, mazurka, aguerê. Experimentações sonoras e variações harmônicas dão vida ao grupo Mundé Qultural, que hoje, leva o brilho e batidas de sua música independente ao palco na Black Soul Samba, no bar Palafita.
Vindo de Icoaraci, o grupo nasceu no cenário do Espaço Cultural Coisas de Negro, em 2003. Sua principal atuação é criar novas maneiras de se fazer e pensar a música independente e autoral, através de ritmos que tem como base o curimbó, famoso tambor feito de tronco escavado e encourado em uma das extremidades, tocado com as mãos espalmadas (slaps), alinhado a uma cozinha de percussão com caixa, caixa de marabaixo, bongô, pratos, pandeiro e efeitos sonoros, como apitos, sons orgânicos que semiotizam a natureza.
De acordo com Clever dos Santos, um dos fundadores do grupo, a harmonização do grupo é conduzida por cordas: como a guitarra, guitarra baiana (pau – elétrico) e baixo elétrico, o que “possibilita ao ouvinte uma sonoridade única de guitarra, mais baixo, mais bateria, mais vozes”, explica. Segundo ele, as letras autorais do Mundé “possuem um poder imagético as quais traduzem atmosferas ambientais de mata e personagens da vida real - não alheios - ao nosso mundo como postais vivos do cotidiano caboclo, ribeirinho, suas crenças, suas lendas, seus costumes, suas tecnologias”.
“Esperamos que o público goste e prestigie o som. É certo que a sonoridade do grupo se torna cada vez mais poderosa, todos perceberão elementos do reggae e samba de cacete em músicas como ‘Chegança Cabocla’, ‘Tambor’ e ‘Capitão do Mato’”, diz Nego Ray, vocalista e compositor do Mundé Qultural.
Clever também explica que o “q” no nome do grupo, é uma forma gráfica de interferir no que é natural. Para ele “a nossa maior riqueza, a diversidade cultural, é como pólen que se desprega das flores, flutua, dança nas mãos do vento e que ninguém pode prever o alcance de sua fecundação, pois nosso Mundé é Qultural”.
O nome Mundé ou Mondé, vem da tribo tupi que habita as margens do Alto Rio Machado, em Rondônia, e pertence ao corredor etnoambiental mondé – kwuriba ou caribe. Mundé é ainda a palavra do tupy “local onde os homens se encontram pra fazer instrumentos de caça e pesca e falar sobre o dia”. Mundé é também o nome dado a uma armadilha para caçar pequenos animais, feita de cipó e vara a qual é dito que “quando não mata, aleija.”
O GRUPO
Nego Ray - composição, curimbó, pandeiro e voz
Welton Ferreira - percuteria
Clever dos Santos - maracás, efeitos sonoros e voz
Ney Lima - curimbó, pandeiro e voz
Luizinho Lins - guitarra baiana e voz
Jorge Furtado - guitarra, voz
Anderson Salgado - baixo elétrico
PARTICIPE
Mundé Qultural na Black Soul Samba. Hoje, às 21h, no Bar Palafita (Rua Siqueira Mendes, Cidade Velha, ao lado do Píer das 11 Janelas). Ingresso: R$10 (as primeiras 50 pessoas pagam a metade). Informações: 8413-0861. (Diário do Pará)

0 comentários: