.a cultura é um processo acumulativo, pois toda a experiência de um individuo é transmitida aos demais, criando assim um interminável processo de acumulação...assim sendo, a comunicação é um processo cultural..."
"não existira cultura se a humanidade não tivesse a possibilidade de desenvolver um sistema articulado de comunicação oral..."
VIVA O CARIMBÓ!!!
SIEMPRE!!!
_________________________________
Video do RONAFA
Ronaldo Faria é musico de carimbó e luthier de instrumentos de percussão regional, mora na ilha de caratateua e aqui temos um video com a processo de produção e confecção de instrumentos...
assistam vale a pena
Proposto por : Clever dos Santos
Banjo LoKo
----------------------------------------------------------
Carimbó Perde Mestre Verequete
O carimbó morre um pouquinho neste início de tarde de uma terça-feira (3). Não é uma boa forma de começar uma tarde, muito menos uma semana de trabalho. Ele morre porque perdeu uma de suas principais vozes: Mestre Verequete. “O carimbó nunca morre. Quem canta o carimbó sou eu”, cantava ele em umas de suas inúmeras composições que contribuíram para a consolidação do ritmo genuinamente paraense. E hoje, aos 93 anos de idade, Augusto Gomes Rodrigues, o Verequete, deixou definitivamente de cantar. O carimbó fica um pouco mais órfão com esta perda.
Verequete estava internado no Hospital Barros Barreto desde o dia 29 de outubro, após ter passado pelo Pronto Socorro do Guamá, em Belém. Ele deu entrada no Centro de Terapia Intensiva (CTI), na tarde de domingo (01), por complicações respiratórias decorrentes de enfisema pulmonar. Na manhã desta terça-feira, o quadro era de pneumonia grave e insuficiência respiratória aguda, que evoluiu com infecção generalizada, necessitando de suporte ventilatório mecânico e uso de drogas vasoativas. No início da tarde o hospital anunciava oficialmente a morte do músico.
Em nota, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) manifestou “seu mais profundo pesar” pela morte do artista. A secretaria já prestou homenagens ao mestre pelo trabalho desenvolvido ao longo da carreira: deu na edição de 2009 de seu Prêmio de Cultura Popular, o nome Edição Mestre Verequete.
Verequete foi um dos primeiros divulgadores do ritmo nos subúrbios de Belém. Organizou o conjunto “O Uirapuru”, em Icoaraci, e gravou seu primeiro disco em 1970, reunindo uma série de temas de carimbó. Ajudou a concretizar, o ritmo como cultura paraense, chegou a gravar 10 discos e quatro CDs. De acordo com a Secult, o velório ocorrerá no Theatro da Paz, a partir das 15 horas desta terça-feira.
História
O músico nasceu na localidade de Careca, próximo à Vila de Quatipuru, em Bragança, no dia 26 de agosto de 1916. Com três anos de idade, após perder a mãe, mudou-se com o pai para Ourém, onde começou a vida artística, no terreiro da negra “Piticó”.
O famoso apelido, ele ganhou em Belém, quando para cá se mudou. E é uma história que Verequete sempre gostava de contar, como tudo na vida dele. “Eu gostava de uma moça; então ela me convidou para ir ao batuque que eu nunca tinha visto. Umas certas horas da madrugada o Pai de Santo cantou "Chama Verequete". Eu era capataz da Base Aérea de Belém, na época da construção, cheguei na hora do almoço e contei a história do batuque... Quando acabei de contar, me chamaram de Verequete”, dizia.
Verequete não contará mais suas histórias, nem cantará suas músicas por aqui. Mas outros farão isso por ele. Porque mestres ficam na memória de seus discípulos e admiradores. Vereque ficará nas músicas, nas danças, nas letras que ele eternizou e cravou na cultura popular paraense. Como na do estudante Eraldo Paulino, de 26 anos. “Agora ele deve estar animando o povo celestial e convidando o povo de baixo, com todos os orixás, pra fazer uma roda e carimbó, batucando nuvens e descobrindo nas rodopiadas se os anjos têm sexo”.
E nós aqui na Terra dançaremos também, enquanto ele anima o povo lá de cima.____________________________________________________
DA COLUNA
O galo cantou no romper da aurora
o verequete dos tambores foi embora!!!
Na sétima rua depois da barraca de bucho fechada, Raimundo fazia o que o destino tinha lhe escrito para fazer o resto da vida, cantar carimbó. Verequete e seu conjunto Uirapuru formado junto com Mestre Coutinho, que tinha composições de sua autoria e que também cantava junto com o Saraiva no banjo. O Uirapuru era o conjunto que gravaria mais tarde o primeiro LP de carimbó.
O conjunto Uirapuru com seu instrumental à base de tambores nos mostra visões da nossa identidade paraense cabocla, ritmos puxados e alegres mostrando nas sonoridades a personalidade sentimental do nosso povo, gente alegre e divertida. A simplicidade ritmica é tão rica de energia que é quase imperceptivel as simples células musicais tocadas, diante da força que vibra na junção desses instrumentos ao canto poderoso de uma voz que parece sair de uma gruta, de uma mata fechada, do meio do oceano raivoso. Anunciando o Pará e suas coisas.
Esse é o Verequete e o seu conjunto Uirapuru criado em Icoaraci, mas por sua tamanha grandeza também acabou sendo de outros bairros, que o próprio destino na sua justa forma de encaminhar as coisas fez. Verequete era pobre de bens materiais, e todos sabem disso. Mas o dinheiro que faltava em seu bolso não foi capaz de lhe tirar a criatividade e a música que havia dentro dele. Hoje ele tornou-se bem mais rico na lembrança de qualquer cidadão da nossa Amazônia, e fez o que poucos conseguem na historia de uma sociedade, sem nos colocar um vintém no bolso, nos enriqueceu culturalmente com sua música !
banjo LoKo
Foto: busca do google - capa do LP do Verequete e seu conjunto Uirapuru
--------------------------------------------
Mundé de Icoaraci. Mundé do Mundo
Por Yorranna Oliveira
http://www.yorrannaoliveira.blogspot.com/
Música autoral e independente, que recombina a riqueza dos ritmos amazônicos, a partir do batuque do curimbó (instrumento que produz sons), com outras referências musicais, como o rock e o reggae. Essa diversidade sonora é o Grupo Mundé Qultural. Nascido, em junho de 2003, da união de ex-integrantes do Grupo Curuperé, durante rodas de carimbó e ensaios no Espaço Cultural “Coisas de Negro”, em Icoaraci. Com a proposta de experimentar uma forma diferente de se fazer música na Amazônia, levando o resultado dessa sonoridade para o mundo.
Mundé vem do tupi e significa lugar; fartura; armadilha; cair no mundé; mundéu. O nome representa a intenção de valorizar a cultura local, e mostrá-la não só na Vila Sorriso, mas em todos os cantos do planeta. É o Mundé de Icoaraci para o Mundo.
Esse “Mundiar” como define Nego Ray, fundador do grupo, chegou à Barcelona e Londres. As rádios dessas cidades tocam as canções inspiradas nos experimentos sonoros do carimbó, lundum, retumbão, guitarradas, batuques, rock, reggae, entre outros estilos. “Mundé é mundiar o nosso som, conquistar as pessoas com ele, fazer com que todos o conheçam, e se encantem”, explica.
As músicas compostas, em sua maioria por Nego Ray, retratam o universo da floresta, através de letras e efeitos sonoros, que remetem o público às histórias cantadas nas mais de 20 canções produzidas ao longo de sua trajetória. Dessas, seis foram reunidas num CD, com mais de 200 cópias, lançado de forma independente, em 2005.
Nos cinco anos de existência, o grupo formado por Jorge Furtado (guitarra/voz), Nego Ray (curimbó/voz), Clever dos Santos (efeitos/voz), Luizinho Albuquerque (banjo/bandolim), Welton Ferreira (percussão), Ney Lima (percussão), e Anderson Salgado (baixo/voz), acumula participações em importantes eventos. Como o Festival de Algodoal, em 2005; III Mostra Distrital de Cultura, em Icoaraci, 2003, I Encontro dos Artistas, na Fundação Cultural Tancredo Neves - Centur, 2004; Congresso Regional de Ciências da Comunicação- Intercom, na Estação das Docas, 2007. E a apresentação no programa Cena Musical, da TV Cultura, ano passado, e no Teatro Experimental Waldemar Henrique, templo do rock nos anos 80, no Festa na Cidade .
Além da valorização e resistência cultural, acompanha o grupo, a preocupação social. Músicos como Luizinho e Ray, promovem no interior do Estado, oficinas, nas quais ensinam crianças e adolescentes, em situação de risco a confeccionarem e tocarem instrumentos de percussão. Uma forma de garantir a esses jovens o acesso à cultura e à cidadania.
O Mundé se apresenta todos os domingos, no “Coisas de Negro”, sua sede, na qual o público constituído, principalmente por universitários, moradores próximos do espaço, pessoas de todas as idades, num encontro de gerações, se reúnem para dançar e manter vivos os valores culturais da região. “O Coisas é a nossa grande vitrine, muitos convites para tocar nos lugares surgiram de pessoas que nos viram lá. E por ter um público tão variado isso serve para provar, que a nossa música não é só de velho, é de jovem também”, afirma Clever dos Santos.
http://www.myspace.com/mundequltural
--------------------------------------------------------------------------------
A FESTA ainDa CHIQUITA ???
A mais colorida das festas profanas do Círio de Nazaré está se deixando cobrir com o manto da Zona Sonora! A Chiquita, festa conceitual, que acontece à 33 anos. Com um público seleto e fiel é uma das festas que vieram para romper preconceitos no nosso estado. O paradoxo entre a transladação da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré passeando pela presidente Vargas e o palco armado, perto do Da Paz, com os seus participantes caracterizados vai alem dos olhos e ouvidos, e tudo com uma elegância imponente. A festa profana onde em um mesmo local uni a cultura popular tradicional com o grupo de carimbó Borboletas do mar e o universo urbano GLS com drags, transformistas e afins. E també tem a premiação do “Veado de Ouro” a personalidades da nossa cidade por trabalhos e prol do bem cultural, social, econômico, político... Por todos esses elementos se torna manifestação única em todo o Brasil.
Mas há alguns anos a festa vem sofrendo transformações. Ela esta se deixando colocar nas bordas de seu lindo manto multicolor rendas de uma praga mercantilista que há alguns anos vem desfigurando festas tradicionais no interior do Pará. Tudo esta acontecendo devagar e lentamente. As barracas que acercam a folgança GLS, mais precisamente do lado da praça da republica, não estão respeitando a programação do Palco da Chiquita e principal motivo delas estarem lá ao seu lado. Vem aos poucos adicionando equipamentos sonoros de pequeno porte (se é que podemos chamar de pequeno porte aquelas que ultrapassam os decibéis permitidos pela lei municipal), que poluem o Som do palco, criando um misto de sons indecifráveis e desagradáveis. E tudo em nome da venda de bebidas alcoolicas, o serviço mais medíocre que a arte pode exercer. A música-meretriz, servido aos prazeres do comercio e do dinheiro. Nada contra a bebida apenas contra essas atitudes vazias de tentar vende-la.
Estamos aqui alertando a todos que são apaixonados, por tudo que se matem tradicional na nossa cidade e principalmente aos organizadores da festa que trás um conceito cultural de folguedos feitos com amor a arte e que não vive em função da plata. Que solidarizem com essas palavras e façam votos para que não cresça esse pequeno vírus que esta se instalando na festa da Chiquita. Para que no futuro, a festa mais underground do Círio não venha se tornar apenas mais um das muitas festas de aparelhagens que se tem aqui no nosso estado, onde o objetivo maior e único é vender bebidas e só, não se pode fazer mais nada, nem dançar se dança mais, e o diálogo é inviável pois o som é alto de mais! Pois daí pra chegar ao andor de Nossa Senhora de Nazaré será uma questão de tempo e vocês terão a visão surreal da mãe dos paraenses no andor, em vez de esta segurando o menino Deus estará segurando um copo de cerveja e fazendo o “N” e os romeiros gritando: “Naaaza, vai,vai, vai”!
Tradição não é viver do passado e sim manter se independente as modinhas e mercantilidades do Mundo consumista.
banjo LoKo
Foto : Chiquita UFPA
Nossa S. Nazaré
---------------------------------------------------------------------
Por Gleidson Gomes (Acadêmico de Jornalismo)
Os curimbós deveriam ecoar desde às 14h do domingo. Por volta da 16h, porém, o Espaço ainda estava quase vazio. Músicas de Mestre Verequete no som, curimbós e microfones sozinhos no palco, Nego Ray (o dono do Espaço) ora andando, ora no balcão, um antropólogo paulista fotografando o ambiente, freqüentadores assíduos colocando o papo em dia. O “Coisas de Negro” está diferente e inacabado.
No dia 08 de Outubro de 1869, um século antes da era psicodélica, tornava-se a data de aniversário da vila mais importante para a cultura do Pará. Ponta de mel, Pinheiro e finalmente Icoaraci, foram os nomes dados a vila que com o passar do tempo cresceu a 20km de Belém do Pará capital do estado, sendo ate hoje um distrito.
--------------------------------------------
Para todos que esperaram esses meses, vamos estar retornando no dia 03 de Outubro preparando a cidade para a chegada das festividades do Círio de Nazaré um sábado de Reggae. com os Dj's que fazem as pedras rolarem e Domingo a Roda de Carimbó mais tradicional de Belém começando mais cedo às 14h com grandes convidados. Abençoado sejam os que trazem a cultura para os meios do povo que a criou, salve o bem imaterial que jamais pode ser morto.
Quem vai estar na Roda:
Associação dos Percussas do Pará
Herdeiro da tradição de Santarém Novo
Charme Caboclo
Mandinga da Amazõnia
Curuperé
Curimbó de Bolso
Grupo Tucuxi
e vários convidados!
--------------------------------------------------------------------------------
A FESTA ainDa CHIQUITA ???
A mais colorida das festas profanas do Círio de Nazaré está se deixando cobrir com o manto da Zona Sonora! A Chiquita, festa conceitual, que acontece à 33 anos. Com um público seleto e fiel é uma das festas que vieram para romper preconceitos no nosso estado. O paradoxo entre a transladação da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré passeando pela presidente Vargas e o palco armado, perto do Da Paz, com os seus participantes caracterizados vai alem dos olhos e ouvidos, e tudo com uma elegância imponente. A festa profana onde em um mesmo local uni a cultura popular tradicional com o grupo de carimbó Borboletas do mar e o universo urbano GLS com drags, transformistas e afins. E també tem a premiação do “Veado de Ouro” a personalidades da nossa cidade por trabalhos e prol do bem cultural, social, econômico, político... Por todos esses elementos se torna manifestação única em todo o Brasil.
Mas há alguns anos a festa vem sofrendo transformações. Ela esta se deixando colocar nas bordas de seu lindo manto multicolor rendas de uma praga mercantilista que há alguns anos vem desfigurando festas tradicionais no interior do Pará. Tudo esta acontecendo devagar e lentamente. As barracas que acercam a folgança GLS, mais precisamente do lado da praça da republica, não estão respeitando a programação do Palco da Chiquita e principal motivo delas estarem lá ao seu lado. Vem aos poucos adicionando equipamentos sonoros de pequeno porte (se é que podemos chamar de pequeno porte aquelas que ultrapassam os decibéis permitidos pela lei municipal), que poluem o Som do palco, criando um misto de sons indecifráveis e desagradáveis. E tudo em nome da venda de bebidas alcoolicas, o serviço mais medíocre que a arte pode exercer. A música-meretriz, servido aos prazeres do comercio e do dinheiro. Nada contra a bebida apenas contra essas atitudes vazias de tentar vende-la.
Estamos aqui alertando a todos que são apaixonados, por tudo que se matem tradicional na nossa cidade e principalmente aos organizadores da festa que trás um conceito cultural de folguedos feitos com amor a arte e que não vive em função da plata. Que solidarizem com essas palavras e façam votos para que não cresça esse pequeno vírus que esta se instalando na festa da Chiquita. Para que no futuro, a festa mais underground do Círio não venha se tornar apenas mais um das muitas festas de aparelhagens que se tem aqui no nosso estado, onde o objetivo maior e único é vender bebidas e só, não se pode fazer mais nada, nem dançar se dança mais, e o diálogo é inviável pois o som é alto de mais! Pois daí pra chegar ao andor de Nossa Senhora de Nazaré será uma questão de tempo e vocês terão a visão surreal da mãe dos paraenses no andor, em vez de esta segurando o menino Deus estará segurando um copo de cerveja e fazendo o “N” e os romeiros gritando: “Naaaza, vai,vai, vai”!
Tradição não é viver do passado e sim manter se independente as modinhas e mercantilidades do Mundo consumista.
banjo LoKo
Foto : Chiquita UFPA
Nossa S. Nazaré
---------------------------------------------------------------------
Carimbó, saias e suor
Por Gleidson Gomes (Acadêmico de Jornalismo)
De longe, já se ouvia o batuque. Quanto mais perto se chega, mais intenso se torna o ritmo do carimbó. O Espaço Cultural “Coisas de Negro” está lotado: as pessoas dançam, gritam, conversam iluminadas pela lua cheia de uma noite quente de Icoaraci. A tradicional Roda de Carimbó voltou.
Os curimbós deveriam ecoar desde às 14h do domingo. Por volta da 16h, porém, o Espaço ainda estava quase vazio. Músicas de Mestre Verequete no som, curimbós e microfones sozinhos no palco, Nego Ray (o dono do Espaço) ora andando, ora no balcão, um antropólogo paulista fotografando o ambiente, freqüentadores assíduos colocando o papo em dia. O “Coisas de Negro” está diferente e inacabado.
O antigo cercado de madeira da entrada agora é de metal. Antes, havia aquele aspecto de casa pequena e aconchegante, sempre à meia luz, com telhado baixo. Agora, o “Coisas” parece um bangalô, o ambiente superior com vistas para o palco. O salão também está maior. Plantas e instrumentos pendurados, luminárias, paredes em tijolo cru. Nada ainda tem forma definida. As mudanças no "Coisas de Negro" iniciaram em julho deste ano. Os recursos vieram do Prêmio Culturas Populares 2008 - Edição Mestre Humberto de Maracanã, do Ministério da Cultura.
A noite traz os músicos. Aos poucos, eles começam a chegar. Luizinho Lins, e seu inseparável banjo, atravessam a Cristóvão Colombo. Entra, fala com Nego Ray e os amigos. Luizinho é um dos músicos da casa. Sobe no palco e começa a afinar o instrumento. Depois chegam Ney Lima, o curimbozeiro, Cléver e suas maracas “elétricas”. O carimbó vem em seguida e, como por encanto, os freqüentadores vão chegando.
No palco do “Coisas de Negro” sempre cabe mais um. Os músicos se revezam entre carimbós, bois-bumbás, xotes, lundus. O espaço do salão começa a ficar apertado e o ambiente vai esquentando. Saias rodopiam, pés descalços, palmas, gritos, suor. O ritmo dos curimbós explode no salão e invade os corpos das pessoas: um êxtase toma conta do lugar.
O “Coisas de Negro” está tomado. Amigos se reencontram, bebem a famosa caipirinha do Nego Ray, dançam. Até o Fábio, aquele paulista antropólogo, depois de algumas caipirinhas, arrisca uns passos de carimbó. Nego Ray observa a cena do outro lado do balcão, próximo ao palco. Sorri com os elogios à reforma do Espaço e diz que ainda não terminou.
Um dos músicos fala em resistência cultural, da importância do “Coisas de Negro”, do carimbó enquanto patrimônio cultural imaterial brasileiro. Gritos e aplausos. Mais carimbó. Passa de meia noite, já é segunda-feira. As pessoas voltam para suas casas, vidas, para mais um dia de trabalho. Os músicos se despedem. “Isso foi só um ensaio”, brincam. A Roda sempre volta. Domingo que vem tem mais.
-----------------------------------------------------------
Aniversário de Icoaraci
No dia 08 de Outubro de 1869, um século antes da era psicodélica, tornava-se a data de aniversário da vila mais importante para a cultura do Pará. Ponta de mel, Pinheiro e finalmente Icoaraci, foram os nomes dados a vila que com o passar do tempo cresceu a 20km de Belém do Pará capital do estado, sendo ate hoje um distrito.
Podemos dizer que a vila mantém até hoje uma atividade cultural intensa. Nela encontramos quase todos os folguedos da nossa cultura popular e o pólo ceramista do estado em se tratando de artesanato. A historia do carimbó em Belém teve sua semente plantada nas terras daqui, com o primeiro grupo de carimbó na localidade do XXIII, onde pessoas como Mestras Verequete e Nazaré Pereira tiveram seus primeiros contatos ao som da música que depois iriam ganhar o mundo. Na vila também surgiu grandes nomes do artesanato do Pará como Mestre Raimundo Cardoso que pesquisou sobre o motivos decorativos dos povos da Amazônia, o Mestre Cabeludo que foi o pioneiro em realizar os desenhos nas cerâmicas, o Espanhol e outros artesãos que foram construindo o que hoje é o maior centro de artesanato popular do estado.
Em um resumo:
A tradição cultural na vila segue em todas as vertentes, o primeiro grupo de teatro de Belém foi criado em Icoaraci por dois atores Salustiano Vilhena e Henrique Paes, chamado de Gruta um dos mais expressivos grupos de teatro.
O Mestre Bezerra pioneiro na capoeira tinha seu espaço em Icoaraci, formando grandes mestre dessa arte aqui na terra.
Nas artes marciais temos: Luiz Ferreira campeão sul americando de boxe é nascido em Icoaraci; Parazinho primeiro campeão de vale tudo fora do estado, e divulgador do esporte, é da vila; Pantera campeão brasileiro de capoeira é de Icoaraci...
O grupos de dança se destacam Asa Branca pioneiro no trabalho de pesquisa de ritmos e danças, com carreira internacional consolidada; o Balé Folclórico da Amazônia que esse ano esta indicado ao prêmio Lunas Del Auditório no México como melhor grupo de Folclore e Tradição a fazer uma tournée em 2008, e a mais de 9 anos vem divulgando a cultura paraense para o mundo. E também o grupo Vaiangá e seu conjunto Águia Negra premiados com o prêmio Pomona, um dos mais importantes prêmios do folclore nacional, conquistado nas Terras do Sul do Brasil; o Grupo Arte Marajoara que já se apresentou para grande chefes de estado quando estiveram de passagem por Belém.
Poderíamos citar as festas do círio de nossa senhora das Graças que antes eram tradicionais e importantíssimas para a vila, mas que há alguns anos ficou de fora literalmente do nosso calendário.
Graças a tradição de independência e iniciativa do nosso povo, nos tornamos o que somos hoje, empreendedores da nossa cultura que fazem pelo amor a terra que eles vivem.
Esperamos que esse sentimento, dos artistas icoaraciense, penetre nos corações dos gestores que no futuro venham assumir ou reassumir os comandos de ordem e lei. E possam perpetuar pelas esferas políticas a nossa tradição.
Tradição é manutenção, só se pode gostar daquilo que se vivencia e é preciso fruição para esse conceito existir. O espaço Cultural Coisas de Negro vem aqui expressar seu sentimento de orgulho de ser parte dessa historia, pois vivencia junto com outros apaixonados esse ideal.
Banjo Loko
Banjo Loko
---------------------------------------------------------
Morre Nazareno Silva, percussionista do Pavulagem
Foto: Thiago Araújo
-------------------------------------------------------------
Morre Nazareno Silva, percussionista do Pavulagem
Foto: Thiago Araújo
Um infarto fulminante silenciou o músico e percussionista Nazareno Silva, 45 anos, que desde 1999 integrava a Banda Arraial do Pavulagem. Nazareno chegou a ser atendido na emergência de um hospital particular da capital, porém não resistiu e morreu por volta das 6h desta segunda-feira (28). O corpo do músico será velado na sede da Escola de Samba Bole-Bole (Av. José Bonifácio, Passagem Pedreirinha, 143 – antes do mercado do Guamá). A Banda fez show ontem na cidade de Igarapé-Miri, no nordeste do Estado, de onde retornou na madrugada de hoje.
Nazareno Silva – Além de ser um dos percussionistas da Banda Arraial do Pavulagem, atualmente ocupava o cargo de diretor cultural do Museu do Marajó, em Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó. Em julho deste ano, Nazareno organizou o Festival do Carimbó naquela cidade, onde estava sendo esperado nesta segunda-feira. Foi percussionista, produtor cultural, músico e pesquisador de ritmos amazônicos. Nasceu no dia 12 de outubro de 1963. Era divorciado. Deixa dois filhos adolescentes.
Foi idealizador do projeto 'Samba Amazônico', que objetiva resgatar o samba de raiz produzido na região. Nazareno Silva organizou vários shows com sambistas que estavam esquecidos do grande público. Conseguiu reunir um dos maiores acervos de samba Amazônico da Região Norte. 'Crescemos juntos pelas ruas do bairro do Guamá, Nazareno era um entusiasta da cultura, viveu e trabalhou durante toda a vida pela cultura popular', relembra Zetinho Martins, amigo de infância do músico. Nazareno também cantava. Todos os anos 'puxava' o samba da Escola Bole-Bole, do Guamá. 'É uma perda muito grande para a cultura. Estamos desolados', afirmou Júnior Soares, do Instituto Arraial do Pavulagem.
Nazareno Silva era um dos responsáveis pelo 'Boi Malhadinho do Guamá' formado por crianças do Bairro. Realizava um intenso trabalho junto às crianças carentes que vivem no Guamá. Realizou várias oficinas de percussão em escolas públicas, entre outros projetos sociais.
Projeto Arraial o Pavulagem – Nazareno Silva entrou na Banda Arraial do Pavulgem logo após a morte de Rui Baldez. Foi também um dos idealizadores do movimento que deu origem aos arrastões. Participou das primeiras 'brincadeiras' com o boi de tala na Praça da República, no início da década de 1980.
No dia 10 de outubro será realizado o tradicional Arrastão do Círio, após a Romaria Fluvial, com concentração na Praça dos Estivadores. O cortejo homenageia o maior símbolo da religiosidade dos paraenses percorrendo o centro histórico de Belém e servirá para prestar uma última homenagem a Nazareno Silva.
-------------------------------------------------------------
Balé Folclórico da Amazônia é indicado a prêmio internacional
Foto :: Thiago Kunz
O grupo de dança “O Balé Folclórico da Amazônia”, que tem como integrantes alunos e ex-alunos, oriundos das escolas públicas, principalmente da escola Avertano Rocha, em Icoaraci, é um dos indicados ao troféu “Lunas Del Auditório 2009”, instituído pelo Auditório Nacional, a maior e mais importante casa de espetáculos da Cidade do México.
O prêmio “Lunas” é um reconhecimento a quem concebe, apóia e apresenta os espetáculos ao vivo mais destacados na República Mexicana. Independente da nacionalidade de seus artistas, a indicação dos melhores espetáculos para o prêmio final, é resultante de uma pesquisa nacional onde é ouvida a opinião do público, promotores, produtores, patrocinadores e comunicadores. Os grupos vencedores são presenteados com uma réplica em cristal da escultura “La luna” do artista plástico Juan Soriano, constituindo-se em um símbolo e orgulho da Cidade do México.
O Bale Folclórico da Amazônia é um dos indicados para este prêmio, na categoria melhor espetáculo de tradição e folclore. “Isto prova o reconhecimento internacional de nosso trabalho e a excelência do mesmo”, ressalta o professor Eduardo Vieira, um dos diretores do Grupo.
Para serem vencedores, o Grupo necessitará também do voto popular. Os paraenses poderão votar pela internet, no site www.lunasauditorio.com.mx
Grupo - Fundado em setembro de 1990, inicialmente com o nome de Grupo de Tradições da Amazônia (GTAM), dirigido pelos professores Eduardo Vieira e Jandira Pimentel, O Balé Folclórico da Amazônia tem como fonte de inspiração as manifestações do folclore e da cultura popular da Amazônia Brasileira.
O grupo apresenta danças tradicionais e estudos coreográficos, que retratam o universo exótico e misterioso da Amazônia, com seus rituais, lendas, mitos, manifestações do sagrado e do profano, do homem amazônico e sua relação com os fenômenos da natureza. Tudo mostrado em um espetáculo de variados ritmos, profusão de cores, riqueza e variedade de figurinos e adereços, usando uma linguagem resultante da junção de elementos da tradicionalidade amazônica e técnicas de dança.
Compõem seu elenco, artistas oriundos de movimentos artísticos populares da área de dança e música, que ingressando no grupo submetem-se a uma rotina de preparação corporal e ensaios, sendo utilizadas metodologias criadas pelo grupo, para a formação de dançarinos de projeção folclórica.
O grupo representou o Pará e o Brasil nos mais importantes festivais nacionais, já tendo realizado 8 turnês internacionais, com apresentações em festivais no México, França, Luxemburgo, Bélgica, Espanha, Suíça e Portugal. Em 2005 conquistou para o Brasil a medalha de bronze na mostra competitiva de “Dijon-Fr”, onde competiu com 30 grupos de todos os continentes.
Fonte: Diário do Pará (21.09.2009)
O prêmio “Lunas” é um reconhecimento a quem concebe, apóia e apresenta os espetáculos ao vivo mais destacados na República Mexicana. Independente da nacionalidade de seus artistas, a indicação dos melhores espetáculos para o prêmio final, é resultante de uma pesquisa nacional onde é ouvida a opinião do público, promotores, produtores, patrocinadores e comunicadores. Os grupos vencedores são presenteados com uma réplica em cristal da escultura “La luna” do artista plástico Juan Soriano, constituindo-se em um símbolo e orgulho da Cidade do México.
O Bale Folclórico da Amazônia é um dos indicados para este prêmio, na categoria melhor espetáculo de tradição e folclore. “Isto prova o reconhecimento internacional de nosso trabalho e a excelência do mesmo”, ressalta o professor Eduardo Vieira, um dos diretores do Grupo.
Para serem vencedores, o Grupo necessitará também do voto popular. Os paraenses poderão votar pela internet, no site www.lunasauditorio.com.mx
Grupo - Fundado em setembro de 1990, inicialmente com o nome de Grupo de Tradições da Amazônia (GTAM), dirigido pelos professores Eduardo Vieira e Jandira Pimentel, O Balé Folclórico da Amazônia tem como fonte de inspiração as manifestações do folclore e da cultura popular da Amazônia Brasileira.
O grupo apresenta danças tradicionais e estudos coreográficos, que retratam o universo exótico e misterioso da Amazônia, com seus rituais, lendas, mitos, manifestações do sagrado e do profano, do homem amazônico e sua relação com os fenômenos da natureza. Tudo mostrado em um espetáculo de variados ritmos, profusão de cores, riqueza e variedade de figurinos e adereços, usando uma linguagem resultante da junção de elementos da tradicionalidade amazônica e técnicas de dança.
Compõem seu elenco, artistas oriundos de movimentos artísticos populares da área de dança e música, que ingressando no grupo submetem-se a uma rotina de preparação corporal e ensaios, sendo utilizadas metodologias criadas pelo grupo, para a formação de dançarinos de projeção folclórica.
O grupo representou o Pará e o Brasil nos mais importantes festivais nacionais, já tendo realizado 8 turnês internacionais, com apresentações em festivais no México, França, Luxemburgo, Bélgica, Espanha, Suíça e Portugal. Em 2005 conquistou para o Brasil a medalha de bronze na mostra competitiva de “Dijon-Fr”, onde competiu com 30 grupos de todos os continentes.
Fonte: Diário do Pará (21.09.2009)
--------------------------------------------
O Coisas De Negro está de Volta !
Para todos que esperaram esses meses, vamos estar retornando no dia 03 de Outubro preparando a cidade para a chegada das festividades do Círio de Nazaré um sábado de Reggae. com os Dj's que fazem as pedras rolarem e Domingo a Roda de Carimbó mais tradicional de Belém começando mais cedo às 14h com grandes convidados. Abençoado sejam os que trazem a cultura para os meios do povo que a criou, salve o bem imaterial que jamais pode ser morto.
A casa dos camerlengos guajarinos, guardada a chave de pau e corda. No terreiro do passo dançado, debaixo da proteção do povo.
Quem vai estar na Roda:
Associação dos Percussas do Pará
Herdeiro da tradição de Santarém Novo
Charme Caboclo
Mandinga da Amazõnia
Curuperé
Curimbó de Bolso
Grupo Tucuxi
e vários convidados!
"A nossa profanidade alimenta o espirito de sons !"
o Espaço Cultural Coisas de Negro faz Parte da Campanha Carimbó Patrimônio Imaterial Brasileiro.
----------------------------------------------------
Festival de carimbó em Marapanim
Já estão abertas as inscrições para o Troféu Mestre Lucindo de Música, que em 2009 tem como tema “O carimbó dos grandes mestres”. A premiação faz parte do 5° Festival de Carimbó de Marapanim, que acontecerá em novembro.
Selecionado em 2008 pelo Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados e realizado pela Associação Marapaniense de Agentes Multiplicadores de Turismo (Amatur), o concurso tem como objetivo revelar novos compositores e intérpretes dos estilos carimbó raiz e carimbó livre. As inscrições seguem até 16 de outubro.
“O carimbó é um ritmo marcante e vivo”, diz Ranilson Trindade, coordenador do Festival de Carimbó de Marapanim e presidente da Amatur. Ele explica que o carimbó raiz utiliza instrumentos tradicionais, como curimbó, banjo, ganzá e flauta, enquanto o carimbó livre (ou estilizado) combina o uso dos instrumentos tradicionais e eletrônicos.
De acordo com o regulamento, cada artista só pode inscrever uma música inédita. A seleção e premiação serão feitas por uma banca julgadora composta por pessoas do meio artístico. Serão selecionadas cinco músicas em cada categoria. O primeiro colocado ganhará R$ 2.000 e o segundo lugar, R$ 1.000. Mais informações: (91) 3241-0671. (Diário do Pará)
---------------------------------------------------------------
"Preservar os saberes da cultura imaterial de Icoaraci é nossa suave batalha"
Desde Julho o Espaço Cultural "Coisas de Negro", através do Prêmio Culturas Populares 2008 - Edição Mestre Humberto de Maracanã , vem transmutando-se em uma reforma para melhor comportar os artistas e o público. A idéia é proporcionar uma atividade cultural num espaço mais amplo e arejado captando os elementos da natureza como a brisa, que vem do furo do maguari, e o lumi das estrelas e da lua, iteragindo com as energias musicais do ambiente. Fazendo fruir em cada pessoa que estiver no espaço o sentimento de pertencimento de nosso bem imaterial mais repercussivamente vibrante chamado "Carimbó".
Desde Julho o Espaço Cultural "Coisas de Negro", através do Prêmio Culturas Populares 2008 - Edição Mestre Humberto de Maracanã , vem transmutando-se em uma reforma para melhor comportar os artistas e o público. A idéia é proporcionar uma atividade cultural num espaço mais amplo e arejado captando os elementos da natureza como a brisa, que vem do furo do maguari, e o lumi das estrelas e da lua, iteragindo com as energias musicais do ambiente. Fazendo fruir em cada pessoa que estiver no espaço o sentimento de pertencimento de nosso bem imaterial mais repercussivamente vibrante chamado "Carimbó".
Projeto foi cuidadosamente desenhado por uma arquiteta com a visão do Nego Ray que conhece o ambiente e as estruturas do espaço.
No segundo pavimento o público terá um espaço bastante arejado e acesso visual ao palco e ao salão das "saias rodadas" onde também foi ampliado.
ESTAMOS COM PREVISÃO DE RETORNO DAS ATIVIDADES NO PRIMEIRO DOMINGO DE OUTUBRO. AGUARDEM...
-----------------------------------------------------
1 comentários:
tenho carimbo letra e melodia
ribeirinhos no carimbo,olha o boto morena, da mé pro piru.
att Augusto Cezar 3075-1071/29/88479244.
auconcy@gmail.com
Postar um comentário